Artur
Barrio
Registros + (Ex)tensões y Pontos
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Sobre a exposição

Artur Barrio tece, a partir do final da década de 1960, uma das mais originais obras no campo experimental da arte brasileira. Embora trabalhe com técnicas e procedimentos diversos, o núcleo conceitual de sua trajetória são as Situações que cria em ambientes distintos, nas quais corpos e coisas postos em contato modificam, de modo efêmero, um lugar e um instante. A sala 1 do Pavilhão Brasileiro apresenta Registros-fotos, Registros-filmes e Registros-livros de algumas de suas mais emblemáticas Situações. A sala 2, por sua vez, abriga trabalho concebido especialmente para a 54. Esposizione Internazionale d'Arte, no qual os sentidos são convocados e implicados de diferentes maneiras. Sejam feitos nas ruas ou em espaços institucionais, os trabalhos de Artur Barrio sempre desafiam as coordenadas sensoriais com que usualmente se pensa o mundo, sugerindo que existem outros modos de entendê-lo. Instauram, assim, uma pedagogia de desaprender o que se supunha já saber, abrindo espaço para que o novo possa talvez surgir.


Lista de Obras

P...H.........(1969)
1969
Trabalho realizado na parte externa do MAM do Rio de Janeiro – Brasil
Registro-filme em 8 mm transferido para DVD, preto & branco, sem som · 2′26″
Registros-fotos: César Carneiro
Coleção: artista

Situação...ORHHHHHHH...ou...5.000...T.E...
em.........N.Y...City......(1969)

1969
Registros-fotos em cores e em preto & branco 24 imagens de 30 × 45 cm (cada)
Registros-fotos: César Carneiro
Coleção: Galeria Millan, São Paulo

Situação T/T,1 (1970)
1970
47 fotografias · 45 × 30 (cada)
Registro-foto: César Carneiro
Coleção: Instituto Inhotim, Brumadinho

Situação T/T,1 (1970)
1970
Registro-filme 16 mm em preto & branco, mudo, transferido para DVD · 6′05″
Registro-foto: César Carneiro
Coleção: Instituto Inhotim, Brumadinho

T.r.à.B.H.,M.G.,Br.,Le 20.04.70
1970
Registros-fotos de uma das partes da Situação T/T,1 (1970) colados em um Registro-livro. Tiragem de cinco exemplares para cada parte da Situação T/T,1 (1970). A fabricação desses cinco exemplares foi feita em 1975/1977/ Paris
Registro-livro: cartão madeira, Registros-fotos em preto & branco e em cor · 20 × 20 × 3,5 cm
Registro-foto: César Carneiro
Coleção: Paulo Pimenta, Porto

Situação T/T,1 (2ª parte).........1970 1970
Registros-fotos de uma das partes da Situação T/T,1 (1970) colados em um Registro-livro. Tiragem de cinco exemplares para cada parte da Situação T/T,1 (1970). A fabricação desses cinco exemplares foi feita em 1975/1977/ Paris
Registro-livro: cartão madeira, Registros-fotos em preto & branco e em cor · 20 × 20 × 3,5 cm
Registro-foto: César Carneiro
Coleção: Paulo Pimenta, Porto

Situação T/T,1 (3ª parte).........1970
1970
Registros-fotos de uma das partes da Situação T/T,1 (1970) colados em um Registro-livro. Tiragem de cinco exemplares para cada parte da Situação T/T,1 (1970). A fabricação desses cinco exemplares foi feita em 1975/1977/ Paris
Registro-livro: cartão madeira, Registros-fotos em preto & branco e em cor · 20 × 20 × 3,5 cm
Registro-foto: César Carneiro
Coleção: Paulo Pimenta, Porto

4 dias 4 noites
1970
Caderno [escolar] comum
transformado em CadernoLivro. Exemplar único
CadernoLivro: nanquim, fita adesiva sobre papel · 21 × 15 × 3 cm
Coleção: Gilberto Chateaubriand MAM RJ

Situação...Defl...+S+...Ruas......Abril (1970)
1970
26 fotografias · 30 × 45 cm (cada)
Registro: César Carneiro
Coleção: artista

...Situação...Cidade...y...Campo...1970
1970
Slides e fotografias em preto e branco
transferidas para DVD
Registro: Artur Barrio e Luiz Alphonsus G.
Coleção: artista

.Des.Compressão.1973.
1973
Registros-fotos em preto & branco,
envelope de papel kraft · 5 imagens de 17,7 × 24 cm (cada) · Cópias de exposição
Registro-foto: Doris Mena
Coleção: Gilberto Chateaubriand MAM RJ

(Ex)tensões y Pontos
2011 · 54. Esposizione Internazionale d'Arte – La Biennale di Venezia.
Padiglione Brasile
Técnica mista · Dimensões variáveis
Coleção: artista

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Serviço

De 4 de junho a 27 de novembro de 2011

Horário
10 - 18h

Endereço
Giardini Castello
Padiglione Brasile
30122 Veneza, Itália

Direitos Autorais
Todas as imagens neste site são protegidas pela lei de direitos autorais. Todo e qualquer uso é proibido e condicionado à expressa autorização do artista e do fotógrafo.

Imprensa
Mai Carvalho e Paula Corrêa
t. +55 11 3897 4122
assessoria.imprensa@fbsp.org.br

Download press release PT (pdf)
Download press release EN (pdf)

Este site foi concebido para acompanhar a exposição de Artur Barrio na 54ª Bienal de Veneza, complementando o catálogo impresso com os registros da montagem e do espaço expositivo, publicados numa galeria de imagens dinâmica.
Outras informações serão incorporadas com o avanço da exposição.

Termos de uso

Realização:

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Sobre o artista

Nascido em 1945 em Porto, Portugal, Artur Alipio Barrio de Sousa Lopes chega ao Brasil na metade da década de 1950. Inscreve-se, em 1967, na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro e, no mesmo ano, expõe seus desenhos na Galeria Gemini. A partir de 1969, Barrio é reconhecido e prestigiado por suas Situações, que ocorrem em ruas, praias ou áreas internas e externas de museus e galerias, envolvendo materiais orgânicos, cotidianos e de baixo custo. Utilizando rolos de papel higiênico, a situação/ação P...H.........(1969) é realizada nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) e finalizada no mar. Em Situação...ORHHHHHHH...ou...5.000...T.E...em.........N.Y... City......(1969) e Situação T/T,1 (1970) depositou as perturbadoras T.E. (trouxas ensanguentadas), próximas a um córrego em Belo Horizonte, confundindo passantes e polícia e evocando o estado de exceção vivido no país.
Foram feitos Registros-filmes – como os denomina o artista – de diversas Situações, que captaram imagens da produção e reação do público diante das suas ações. Anotações, reflexões e outras ideias de Barrio estão em seus CadernosLivros, que já foram expostos em mostras em São Paulo e Paris e são reveladores de sua poética.
Retorna a Portugal em 1974, durante a Revolução dos Cravos, e no ano seguinte muda-se para a França, onde trabalha junto à Cooperativa de Arte Experimental Cairn, em Paris, expondo suas obras no Espace Cairn e no Espace Cardim. Em 1978, volta a morar no Rio de Janeiro. Editado pela Funarte, o livro Barrio, pertencente à coleção Arte Brasileira Contemporânea, é lançado no Rio de Janeiro em 1979.
O artista é contemplado com uma bolsa de pesquisa pela Beroepsvereniging van Beeldende Kunstenaars (BBK), com duração de 1981 a 1984, e passa a viver em Amsterdã. Em 1985, reside, alternadamente, em Amsterdã, Aix en Provence e Rio de Janeiro – para onde retorna e vive até hoje.
Barrio participa de mostras coletivas e individuais em diversos países. Na Bélgica e no Japão apresenta a obra Interminável (2005-06); na Inglaterra, participa da mostra coletiva Map Marathon (2010), realizada na Serpentine Gallery; figura entre os artistas convidados da XI Documenta de Kassel (2002), na Alemanha; expõe Ensaio sobre a monotonia (2006) nos Estados Unidos. O ignoto (1993) e da INUTILIDADE da UTILIDADE da POLíTICA da ARTE (2010) são, respectivamente, apresentas nas 23ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo.
Em 2011, foi escolhido pelos curadores da 29ª Bienal de São Paulo para representar o Brasil na 54. Esposizione Internazionale d'Arte. La Biennale di Venezia. Padiglione Brasile, Veneza.
Recebeu em 1987 o prêmio Mario Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte e, em maio de 2011, foi contemplado com o prêmio Velázquez de Artes Plásticas, concedido pelo Ministério da Cultura da Espanha.

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Créditos

REPRESENTAÇÃO BRASILEIRA PARA A 54. ESPOSIZIONE INTERNAZIONALE D'ARTE DI VENEZIA

Comissário
Heitor Martins, presidente da Bienal de São Paulo

Curadores
Agnaldo Farias
Moacir dos Anjos

Projetos e produção
Emilio Kalil, consultor de projetos
Dora Silveira Corrêa, coordenadora geral de produção
Fernanda Engler, produtora
Mônica Shiroma de Carvalho, produtora
Viviane Teixeira, assistente de produção
Marta Bogéa, arquitetura do núcleo histórico
André Stolarski, coordenador geral de comunicação
Cristina Fino, coordenadora editorial
Felipe Taboada, coordenador de comunicação
Felipe Kaizer, designer gráfico
Roman Iar Atamanczuk, assistente de design

Produção em Veneza
Tobias May, coordenador geral
Clemens Kusch, produtor
Martin Weigert, produtor
Lígia Pedra, produtora gráfica
Cristina Motta, registro fotográfico


FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO

Diretoria executiva
Heitor Martins, presidente
Eduardo Vassimon, 1º vice-presidente
Justo Werlang, 2º vice-presidente
Jorge Fergie, diretor
Luis Terepins, diretor
Miguel Chaia, diretor
Salo Kibrit, diretor

Diretores representantes
Antonio de Aguiar Patriota, Ministro das Relações Exteriores
Ana de Hollanda, Ministra da Cultura
Andrea Matarazzo, Secretário de Estado da Cultura
Carlos Augusto Calil, Secretário Municipal de Cultura

Diretor superintendente
Rodolfo Walder Viana

Arquivo Histórico Wanda Svevo Adriana Villela, coordenadora
Natália Leoni, pesquisadora
José Leite de A. Silva (Seu Dedé), auxiliar administrativo
Ana Paula Andrade Marques, assistende de pesquisa

Comunicação
André Stolarski, coordenador geral
Felipe Taboada, coordenador de comunicação
Júlia Frate, assistente de comunicação
Ana Elisa de Carvalho Silva, coordenadora de design
Felipe Kaizer, designer gráfico
Roman Iar Atamanczuk, assistente de design
Eduardo Lirani, produtor gráfico
André Noboru, estagiário de design
Douglas Higa, estagiário de design
Cristina Fino, coordenadora editorial
Diana Dobránszky, editora
Alícia Toffani, assistente editorial
Victor Bergmann, coordenador de internet e novas tecnologias
Anderson de Andrade, analista de TI

Gerência de recursos humanos e manutenção
Mário Rodrigues, gerente
Geovani Benites
Rodrigo Martins
Valdemiro Rodrigues da Silva
Vinícius Robson da Silva Araújo
Wagner Pereira de Andrade

Gerência financeira
Kátia Marli Silveira Marante, gerente
Amarildo Firmino Gomes
Felipe Araújo Machado
Lisânia Praxedes dos Santos
Thatiane Pinheiro Ribeiro

Gerência de secretaria geral
Maria Rita Marinho, gerente
Angélica de Oliveira Divino
M. da Glória do E.S. de Araújo
Josefa Gomes

Educativo Bienal
Stela Barbieri, curadora educacional
Carolina Melo, assistente de curadoria
Daniela Gutfreund, assistente de curadoria
Guga Queiroga, secretária
Laura Barboza, supervisora geral
Carlos Barmak, coordenador de ensino
Marisa Szpigel, coordenadora de educação a distância
Bruno Fischer, coordenador de educação a distância
Helena Kavaliunas, coordenadora de relações externas
Ana Lua Contatore, assistente de relações externas
Maíra Martinez, assistente de relações externas
Denise Adams, fotógrafa e professora
Elaine Fontana, professora
Matheus Leston, professor
Simone Castro, redatora e web site
Galciane Neves, redatora
Valéria Prates, coordenadora de produção
Marcelo Tamassia, produtor
Danilo Guimarães, estagiário
Andréa Guedes Garrido, voluntária
Ary Potiguara, voluntário
Felipe Tenório, voluntário
Carolina Morhy, voluntária
Carolina Rocha Pradella, voluntária
Reinaldo Amaro Laudino, voluntário
Renan Henriques Silvério, voluntário
Rosa Maia Antunes, voluntária

Marketing e captação de recursos
Alessandra Effori, coordenadora
Marta Delpoio, coordenadora
Bruna Azevedo, assistente
Glaucia Ribeiro, assistente
Raquel Silva, assistente administrativa

Projetos e produção
Emilio Kalil, consultor de projetos
Dora Silveira Corrêa, coordenadora
Fernanda Engler, produtora
Felipe Isola, produtor
Grace Bedin, produtora
Luciana Lehfeld Daher, assistente
Marina Scaramuzza, assistente
Mônica Shiroma de Carvalho, produtora
Viviane Teixeira, assistente
Waleria Dias, produtora

Relações institucionais e projetos especiais
Flávia Abbud, coordenadora

Tecnologia e inovação
Marcos Machuca, assessor especial

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Entrevista

Entrevista com Artur Barrio realizada
por e-mail em fevereiro de 2011, por
Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias.
A diagramação buscou reproduzir o
formato, os espaçamentos e os sinais
gráficos empregados pelo artista em
suas respostas digitadas.


P. Desde o início de sua trajetória, você explicita a vontade de abdicar da autoria única de seus trabalhos. Vontade que está presente quer nas Situações, quer nos textos que você produziu na época. São trabalhos que deflagrariam reações do outro que não poderiam, por isso mesmo, ser antecipadas. Dessa maneira, os significados dos trabalhos seriam também incertos, frutos da interação daquilo que você propõe e do impacto que isso tem em determinado contexto. Nesse período inicial, entretanto, a maior parte de seus trabalhos é feita em espaços públicos e não regulados. A partir de certo momento (principalmente do final da década de 1980), você começa a realizar as Experiências, intervenções em galerias e museus. Como fica, nessa passagem para um espaço menos sujeito a incertezas, essa ideia da autoria compartilhada? Você percebe alguma mudança significativa na natureza de seu trabalho em função da participação mais frequente em espaços institucionais?

R. .........a autoria "compartilhada" ficou mais restrita devido ao caráter institucional, sim, como aos limites físicos desse tipo de espaço, sim, resultando daí a necessidade de uma maneira outra de abordagem-interferência nesse "novo" tipo de situação e em consequência uma maneira outra de "deflagrar" barreiras sem desnaturar a ideia em si. Quanto à introdução do meu trabalho no chamado circuito oficial [ou semioficial] da arte, o risco ficaria, talvez, por conta do surgimento de um trabalho menos condizente ao que me propunha. Essa questão surge em 1970 com 4 dias 4 noites e logo após com a ...Situação...Cidade...y...Campo...1970, que são trabalhos "terminus".

Em um quarto crio o trabalho Parede (1970) ....../...... onze anos mais tarde e durante um período de três anos [aproximadamente] realizo no Espaço CAIRN uma série de intervenções e consequentes experimentações de como dialogar com um espaço que mesmo que alternativo, funcionava-funcionou como espaço de artistas, de vanguarda, e ali, com o trabalho SangTitre delineio os passos a seguir, que acontecerão no final dos anos 80 com a Experiência n. 1 e sua(s) sequência(s).

Parede (1970) Rio de Janeiro + SangTitre (1982) Paris = Experiência n. 1 (1987) Rio de Janeiro

Surge assim uma maneira outra de interferir, criar, nos chamados espaços "sacralizados" da arte, atestando com isso a continuidade e força do meu trabalho.

P. A escrita nas paredes, e não só nos CadernosLivros, "embrião de seu trabalho", leva a palavra para uma outra condição. Da temporalidade proporcionada pela leitura compassada de um caderno, cujas páginas se vão inelutavelmente virando com a perspectiva de descobrir o que elas trazem, para uma dimensão sobretudo espacial: cifra – talvez – inscrita na parede e, por isso mesmo, determinante na redefinição da parede como repositório de uma experiência. Como você avalia essa passagem da escrita dos CadernosLivros para as paredes? Qual o seu significado?

R. ...............................................................
............................................................., uma
página parede, alguns dizeres escritos aqui e acolá finalmente compondo e fazendo parte do todo, saindo do CadernoLivro [ateliê] para o espaço, para a tridimensionalidade, conjuntamente às outras ideias contidas nesse CadernoLivro associadas às que surgem naquele momento assim como ao tempo referente ao criar, fazer até o fim e término daquele conjunto de horas, minutos, segundos, dias, semanas.

O significado talvez situe-se na vontade que um maior número de pessoas tenha acesso ao que está escrito no CadernoLivro ou que justamente por ter um suporte durável e ligado à ide(i)a que tanto obceca o Ocidente ou seja a eternidade aí configure-se. Mas quanto a isso não tenho expectativa alguma.

".....e da terra surgem as letras como se fossem os dentes de
um gigantesco dragão......."...................................
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mas muito muito antes houve as cavernas, as pedras nos desertos e as 7 cidades.

P. Muito já se falou do caráter político das T.E., principalmente no contexto da segunda parte da Situação T/T,1 (1970). Parece-me, contudo, um pouco redutor, para o próprio trabalho, focar sua potência emancipadora ou política apenas na suposta crítica que ele faz à ditadura militar brasileira. No limite, essa leitura consideraria, por oposição, como apolíticos (ou menos críticos) todos seus trabalhos em que não se pudessem identificar referências claras (temas etc.) a certa conjuntura. Em que termos você definiria a política operada por seus trabalhos?

R. A liberdade, inserindo-se aí a liberdade criativa, como ato máximo dessa forma de ser, estar.


Posso visualizar na história da arte uma série de pontos comuns que culminariam nas "trouxas ensanguentadas" e consequentemente na Situação T/T,1 (1970) mas para quê se a diferença é ressaltada no sangue na carne e nos ossos?

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................................................ . De fa(c)to.

P. A recepção de seus trabalhos é feita de maneiras diversas. Há aqueles que têm contato direto com ele nas ruas ou nas instituições. E há outros, talvez a maior parte, que conhecem os trabalhos somente por meio dos Registros, onde toda a experiência sensorial originalmente proporcionada pelos trabalhos é reduzida a imagens e textos. De que maneira você pensa essa distinção? Você se preocupa com quem vai se deparar com seu trabalho no momento de sua realização?

R. A distinção fica por conta da própria estrutura do trabalho e consequente especificidade do mesmo visto haja que a dimensão sensorial é anulada para transformar-se em algo unicamente mental e com essa fragmentação já que a totalidade do momento não corresponde à situação mentecorpo-função-única fica e permanece [em condição secundária] o Registro. Penso essa distinção como uma contradição. Tentei anulá-la [a contradição] com o trabalho 4 dias 4 noites. Cheguei à conclusão que o melhor era deixá-la em permanência e que com o tempo trabalho tempo isso se resolvesse por si mesmo !!!!!!!!!!

Finalmente chego à conclusão de que não existe qualquer contradição mas sim continuidade da proposta já que a mesma efêmera o é.

Não preocupo-me "com quem vai se deparar com o meu trabalho no momento de sua realização" pois caso preocupasse-me o trabalho não seria!

P. Em um CadernoLivro de 1973 você escreveu "A incoerência e o escândalo ainda são necessários". Continua assim hoje? Esses dois termos são hoje ainda mais necessários? Em caso positivo, como se coloca seu trabalho, cuja espessura enigmática ainda leva a crer que tenha muita coerência?

R. Não. Esses dois termos estão completamente descaracterizados já que o escândalo e a incoerência hoje são o lugar comum, da política à religião e tanto quanti.

Digamos que o trabalho que faço pelas suas características e longevidade, apesar de efêmero, talvez daí sua carga enigmática, perdure atravessando o tempo e quantas outras situações, talvez a coerência explique isso, pois se incoerência houve na procura do escândalo em uma época em que essa palavra [incoerência] era para bem dizer uma afronta, pode-se hoje dizer que primou pela coerência.

Coerentemente o meu trabalho aí está e essa espessura enigmática "talvez" seja o que determina sua longevidade. Responder a perguntas referentes à minha própria produção faz com que sinta-me um tanto quanto perdulário quanto ao tempo em que exercito-me no nada fazer.

P. Ao longo dos últimos anos a arte brasileira tem sido progressivamente exibida e reconhecida em cantos diversos do mundo. A chave desse reconhecimento tem quase sempre sido, porém, o neoconcretismo, frequentemente associado à arquitetura moderna e às vezes também à bossa-nova. Enfim, pelo projeto de um Brasil moderno e emancipado. Sua obra, evidentemente, não se enquadra nesse perfil, sendo mais próxima de um Brasil contemporâneo, contraditório e afastado de qualquer clichê sobre o país. Isso provoca certo desconcerto entre críticos e curadores, que não sabem ao certo como classificar seu trabalho, levando-os a apelar, muitas vezes, para referências mais reconhecíveis na história da arte, como a arte povera. Em que genealogias da história da arte você acha que seu trabalho se insere? Quem são seus pares? Que artistas (não necessariamente visuais) lhe interessavam no início de sua trajetória? Há artistas hoje com quem você se identifique?

R. Não se insere em qualquer genealogia, talvez que o princípio esteja nos primórdios, no do gesto anônimo .Os primórdios . recuso-me e recuso a enquadrar por definição o meu trabalho assim como a vida, penso que . Os meus pares são os ímpares. e que a hierarquia do grupo sempre estarreceu-me quanto ao condicionamento e autocondicionamento atroz que o mesmo se autoimpõe, deixa-se impor ou é imposto por outrem num magma de palavras, carne, suor, trabalho, gritos, argamassa, diesel, barulho, poluição, etc. etc. etc. etc.

A pintura rupestre colocou em questão o processo "linear" da história da Arte com a descoberta de Lascaux ,.................. gruta Cosquer e da caverna Chauvet, e, nessa sequência chegamos à lei da frontalidade, ao Egito antigo, à passagem de Dionísio via Mediterrâneo, com seu manto amarelo, e chegada à Grécia ..............................................................
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e não há o que explicar. Muito menos dizer onde encontrar a ponta do fio de Ariadne mas se no interior da caverna [não num labirinto] as sombras projetadas determinam a percepção limitada dos que aí encontram-se ...............................................................
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..............a eles de encontrarem........

P. A ideia de sonho está presente em alguns de seus trabalhos, mais recentemente na obra apresentada na 29ª Bienal de São Paulo. Não somente o sonho comportado, mas o sonho do rejeitado ou excluído dos acordos sociais, que ainda assim têm no sonho a possibilidade de imaginar uma outra vida possível. O sonho emancipa? Seria sonhar o verdadeiro trabalho do artista?

R. O sonho libera o inconsciente e o trabalho está no todo. Quanto a ser o verdadeiro trabalho do artista (!!!!!!?????!!!!!) o que dizer ? O sonho seria a arte enquanto que grega ? A técnica ? Ou seria um sonho xamânico ? A arte, o sacerdócio, a medicina? Ou, quem sabe, um sonho psiquiátrico-psicanalítico-surrealista? Ou simplesmente nada mais do que um sonho inserido no mundo das aparências ? Mas sem sonhar e consequentemente tentar materializar esse sonho será isso possível para o ser humano,........................... não sonhar ?

P. Pensando no Pessoa de "O mito é o nada que é tudo" e no Valéry que, em sua "Breve epístola sobre o mito", afirma "Que seria, pois, de nós, sem a ajuda do que não existe?", parece-me que em algumas de suas Situações você atua como quem evoca um mito perdido ou mesmo como alguém capaz de produzir novos ritos, fundando novas possibilidades de atualização com materiais além do espaço e do tempo. O que pensa a esse respeito?

R. Penso que quanto mais procuramos distanciar-nos "do que não existe" mais esse "não existe" fica presente assim como o "nada que é tudo".

Tudo é impossível desde que possível e tudo é possível desde que impossível.

Muito trabalho, muita reflexão e muita persistência....................................além de um olhar aguçado na multiculturalidade do Brasil e suas ramificações primeiras.

E a evidência do hoje, do aqui e do agora.

Finalmente o homem sapiens é o mesmo de sempre.

P. A curadora da 54ª Bienal de Veneza propõe em seu projeto uma discussão sobre nações, sugerindo a arte como uma nação à parte. Imagino que para um artista que se dedicou, por várias décadas, a desfazer compartimentos simbólicos estanques falar da arte como algo apartado de todo o resto deva soar estranho. Você se sente incomodado, em alguma medida, em estar ocupando um pavilhão nacional? O que é a nacionalidade para você?

R. Tenho um espaço a ocupar. Fui convidado, aceitei. Darei continuidade ao meu trabalho. O meu "atelier" é um CadernoLivro, utilizarei o espaço oferto como um espaço livre onde tentarei, mais uma vez, criar! Não sinto-me incomodado.

VENTRE GRUPO LUGAR LÍNGUA ALDEIA CULTURA VILA CIDADE

REGIÃO ESTADO PAÍS CONTINENTE PLANETA COSMO (S)

A nacionalidade é um rolo compressor que esmaga as diferenças. A arte nunca foi democrática e o artista no máximo [salvo raríssimas exceções] o que conseguiu foi ser mimético. A "nação arte" [se um dia existir] será logicamente governada por autocratas o que por si só já é repugnante.

P. Qual o lugar do mar em sua vida?

R. ...................... o planeta é composto aproximadamente por 70% de líquido o corpo humano é composto por 70 a 80% de líquido o mar é o componente na adição de um ponto a mais no fazer e criar ou:

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1- ................. na enseada de Marselha entre o Vieux Port e o arquipélago do Frioul a -40m mergulhado nas águas do Mediterrâneo escuto a formação em "crescento" da fusão de vários momentos sonoros entrecruzados vindos de alhures em maior e menor intensidade de acordo com os motores em funcionamento das embarcações em suas (der)rotas de destino. Naquele momento, naquele ponto sonoridade Sublime sonoridade

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2- Da lagoa dos Patos ao Atlântico a -2º do Hemisfério Norte e após sobre a linha do Equador 0º A bombordo o Hemisfério Sul -S A boreste o Hemisfério Norte +N .............pela quilha "passa" a linha do Equador. A bombordo o Hemisfério Norte +N A boreste o Hemisfério Sul -S
.......... pela quilha "passa" a linha do Equador.

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..............as ideias surgem...............no mar primordial...........
......numa dimensão outra da lei da gravidade e a de respirar dentro d'água por tempo e profundidade determinados com o descortinamento e consequente percepção de um outro mundo deste mundo o que funciona como uma descoberta ou invenção mas com a consciência de que não há nada a tocar e muito menos de interferir com objetos ou qualquer outro tipo de "ideia" a materializar no mar salgado Sub mas sim desenvolver percepções ideias a transmitir através de uma foto um vídeo ou simplesmente de um escrito sobre uma folha de papel de uma tela de um computador já que criar esculturas e introduzir objetos outros vejo-os como poluição e agressão ao mundo submarino já que viver ver sentir e principalmente perceber é a obra.

MAR.SAL.MAR